| Fernando Machado Silva conclui que estes poemas n?o tratam de Lisboa, nem de Berlim. Estes poemas s?o as notas de rodap, ou a legenda de um guia que um viajante pudesse ler ao passear por uma ou outra cidade. S?o um certo tipo de legenda ou nota de um estranho mapa. As duas cidades s?o a moldura e a paisagem, enquanto os poemas, inseridos ou nelas projectados, s?o uma dana de palavras e afectos ocorridos. ? por isso que o livro n?o poderia ter um fim, sempre algo lhe juntaria, acrescentaria, pois a viagem da existncia infinita. Como um flanur, desenrolando-se em Lisboa e Berlim, os poemas de Silva falam de partidas e chegadas, de encontros e desencontros, em um mundo de eterno movimento, impetuoso, que chega aos olhos, passeia por dentro, flui ao redor do corpo e atravessa pelas m?os em escritos invisveis ? percep?o alheia. |
